terça-feira, 4 de setembro de 2012

Dentro de mim
Não sabem o que há dentro de mim
Só ousam pensar,
Só pensam dizer,
Se tentam falar,
Começam a ver,
Que não da pra saber o que há
Dentro de mim

Dizem ajudar
E tentam julgar
Mas perdem a causa
E tentam burlar
Uma regra tão clara
Insisto em dizer
Que não da pra saber
O que há dentro de mim

O que penso,
o que vejo,
o que quero,
o que falo,
 tudo isso eu guardo
num espaço sagrado,
secreto, lacrado,
bem dentro de mim

Mas um dia eu solto
e enfim me liberto
e o que está coberto
eu mostro, enfim.
E verão, finalmente
o que está presente
tão perto, tão rente
tão dentro de mim

E então recomeço
e digo ao resto
que não é o fim
e guardo mais coisas
e retorna o mistério
e digo, sincero
que não vão saber
o que há dentro de mim.

domingo, 29 de abril de 2012

Olhos

Os olhos...
Azuis, amarelos
doces, singelos
são dois...

São dois
tão calados
mas falam de tudo
de amor...

De amor
tão bonito
tão bom, tão sofrido
E a dor?

E a dor
Transparece nos olhos
sem prece
e a lágrima desce

Dos olhos...
Que mostram o brilho
da vida sofrida
e a boca sorri

Sorri por sorrir
mas não como os olhos
que são só dois olhos
 maiores que o mundo

São olhos abertos
e mostram de tudo
e mesmo fechados
nos mostram a vida

Nos sonhos...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Eu

Eu era um numa festa
Eu era livre, sem pressa
Eu era eu, unica peça
Era só eu

Foi quando a vi nessa festa
E comecei na conversa
Agora era eu e ela
Éramos dois

E foi o tempo passando
E nós dois nos amando
E tudo foi se juntando
Éramos um

E nossa vida corria
E só amor se fazia
Até que num belo dia
Éramos três

E tudo foi se acalmando
E pouca coisa mudando
Muita coisa esfriando
Éramos... três

E a distância chegava
E outra vida chamava
Ela se foi, magoada
Eu era novamente um

Era só eu numa festa
Era só eu numa casa
Era só eu, solitário
Tornei-me um nada.

segunda-feira, 7 de março de 2011

LAMÚRIAS E BRADOS DE UM POVO FORTE

Ai de mim, Mãe Africa
Que muito sofri
Eles me arrastaram
Pra longe de ti

Eu estava quieto, Mãe Africa
Vivendo feliz
Junto de meu povo
Não sei o que fiz

Me diz, Mãe Africa
Por que nós sofremos?
Um povo tão puro
Que mal nós fizemos?

Tiraram nossa terra
Nossa liberdade
Nossa abundância
Nossa felicidade

E dizem, Mãe Africa
Que nós não lutamos
Nós somos guerreiros
Nós somos humanos

Somos raça pura
Somos raça limpa
Temos muito orgulho
Da nossa melanina

Triunfaremos, Mãe África
E ainda teremos de volta
O que, sem pedir, tiraram de nós
E cantaremos nossa vitória

Triunfaremos, Mãe África
E pela eternidade
Seremos o povo mais feliz
Como ainda somos
Apesar das atrocidades

Viveremos, Mãe África
Como um povo limpo
Como um povo lindo
Como um povo sábio
Como sempre somos

E queremos, Mãe África
Que verdadeiramente
Apareçamos na história
Más desta vez, pela luta
E por nossos momentos de glória.

CARÊNCIA

É o que sinto quando estou só
E não tem ninguém pra me acalentar
Quando falo e ouço minha voz ecoar
Sem obter uma resposta
... Qualquer resposta

É o que sinto juntamente com a amargura
Essa dor que em mim perdura
E todo o meu ser perfura
Sem obter uma cura
... Qualquer cura

É o que sinto quando tenho coisas a dizer
E não tenho ouvinte a me contemplar
E tudo voa como o vento
E eu espero por um momento
... Qualquer momento

E assim é minha sobrevivência
Vou mantendo as aparências
Espero um dia encontrar alguém
Que me faça esquecer o que é
... Carência

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Armas, roupas, tecnologia, fogo... Essas são as ferramentas que o ser humano necessita para sobreviver, mixadas, claro, ao raciocínio, que é a fonte de criação de todas essas coisas. O homem, figura que mostra superioridade, poder, força para com os outros seres vivos, nada mais é, na realidade, do que o ser mais frágil que há.
Imagine nós, seres humanos, acostumados com as mordomias e facilidades tecnológicas, sem nossas vestimentas, sem a tecnologia, sem armas de fogo, sem nada que nos possa proteger. Ou seja, imagine os seres humanos vivendo dos mesmos recursos que qualquer outro animal existente. Certamente não duraríamos muito. Não temos presas, dentes afiados que nos ajude a caçar ou nos proteger. Não temos pêlos para nos proteger do frio. Não temos sistema imunológico forte para nos proteger das inúmeras doenças que existem e nos atingem. Se não fossem os remédios, não sobreviveríamos. Há outros fatores que mostram o quão somos inferiores e indefesos com relação aos outros animais. Até um simples verme consegue nos derrubar. Mas o poder de raciocínio nos beneficia para "nos virarmos" e vivermos em segurança.
Este único poder que temos, é o suficiente para criar, inovar, proporcionar um meio de sobrevivência adequado de acordo com nossas necessidades e limitações e nos diferenciar dos outros seres. Mas esse poder também é o suficiente para matar, destruir, poluir, acabar com os bens naturais e intelectuais de todos os seres vivos. Temos a capacidade de mudar e inovar, mas também temos a capacidade de destruir. Poderíamos fazer diferente e nos lembrarmos do quão somos insignificantes, e retribuir à natureza o bem que ela nos faz todos os dias das nossas vidas. Mas a ganância fala mais alto, e, aos poucos, o mundo vai se definhando.

sábado, 18 de setembro de 2010

POR QUÊ? -REFLEXÕES DE UM LOUCO PENSADOR

Um dia você nasce, outro você morre. É a lei da vida, pelo menos até chegar a "intervenção divina". Más... Como isso por enquanto não acontece, temos que vivê-la até que esta chegue ao fim.
Essa vida cheia de tribulações, problemas, dores de cabeça... Poxa vida, por que não me deixaram quieto dentro da bolsa escrotal? Más, fazer o que, não é? Meu "instinto de espermatozóide", ou "a força da natureza", seja lá como isso pode ser classificado, me forçou a ser o mais forte e fecundar o óvulo de minha mãe. E, pra piorar tudo, descobri que fui um acidente. Quer dizer, além de não ter pedido pra nascer, eu descobri que eu NÃO devia ter nascido! É uma coisa de louco, sinceramente. Agora cá estou eu, vivendo na era do Aquecimento Global, gripe suína, violência em cada esquina, corrupção em tudo quanto é lado... Daí eu pergundo: Isso é vida? ISSO É VIDA?
Pois eu respondo: NÃO! Claro que não. Más eu vou fazer o quê? Já que eu estou aqui, vou viver e aguentar essa loucura toda mesmo. Aliás, acho até que o termo "loucura" não é muito apropriado. Tem que ser algo mais... Vamos dizer assim... "Turbulento". É. Isso mesmo. Me sinto como num avião. Como uma pessoa que nunca andou de avião na vida e, quando tem a oportunidade de fazer isso pela primeira vez, fica apreensiva pensando na possibilidade de que a aeronave venha a cair, explodindo e transformando-a em micro pedacinhos carborizados.
A trajetória da vida nos traz muitos momentos de insegurança, assim como num passageiro de avião de primeira viagem. Você não sabe o que vai acontecer durante essa viagem. Bom, eu sei que da trajetória, ou "viagem" da vida, nós sairemos mortos mesmo, isso não tem jeito de reverter, e é isso que me deixa ainda mais revoltado. Se é pra sofrer, enfrentar filas no SUS, ter dores de cabeça com contas, ficar velho, doente e depois MORRER, pra que NASCER?
A nossa vida passa num piscar de olhos. Tem gente que não tem nem a oportunidade de piscar e já ta morto!
PRA QUÊ? PRA QUÊ?!
Ninguém sabe...
Fica aí a icógnita. Tantas perguntas sem respostas...